Gente Que Brilha 2024: Histórias que inspiram na Gestão Pública
No Blog Sol, destacamos histórias que inspiram, conectam e reforçam a importância do trabalho árduo no setor de compras e licitações públicas. Em 2024, celebramos os talentos que...
A geógrafa cearense Sharon Dias foi premiada, pela International Development Research Center (IDRC) com o projeto de doutorado voltado para a Covid-19 e a questão habitacional no Nordeste. Vivendo no Canadá, a cearense é doutoranda pela Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, em cotutela com a University of Victoria, no Canadá.
O estudo é um projeto comunitário participativo para avaliar as condições de moradia, acesso à informação, participação de mulheres e comunidades em vulnerabilidade habitacional durante a pandemia.
Iniciada em 2018, a pesquisa não tinha, na metodologia, a vertente da Covid-19. “Com a pandemia, no ano passado, eu reformulei todo o projeto para incluir a análise do cotidiano das famílias na pandemia em situação de precariedade”, diz Sharon.
Com o título “Insegurança à moradia e direitos à moradia de minorias em tempos de financeirização e Covid-19: Lições de comunidades pobres do Nordeste do Brasil”, a pesquisa foi indicada ao prêmio ainda em outubro de 2020.
“A pesquisa também busca compreender como se formam as redes de solidariedade entre comunidades em situação de precariedade habitacional que visam mitigar a constante ausência de política pública, situações de violência e inadequação de moradia nesses tempos difíceis de financeirização da habitação e Covid-19”, pontua Sharon.
A geógrafa cita ainda que a pesquisa visa promover mais “governança inclusiva”. “A partir dos conhecimentos promovidos por comunidades, o conhecimento cotidiano de famílias que estão tendo soluções muito criativas para driblar todos os percalços de estar em situação de moradia precária em tempos de pandemia”, coloca.
Envolvidos na pesquisa estão o Programa de Pós Graduação em Geografia, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), através do Laboratório de Estudos Agrários, Urbanos e Populacionais (LEAUP) e o Laboratório de Estudos do Território e da Urbanização (LETUR).
“Ambos os laboratórios estão apoiando a pesquisa no sentido de promover articulações com outros pesquisadores, colocá-los em contato comigo para promover um intercâmbio acadêmico de ideias. Tenho conhecimento da realidade urbana e habitacional de Fortaleza e da Região Metropolitana, mas o conhecimento científico não se constrói só, precisamos das trocas”, diz a pesquisadora. Segundo ela, outros profissionais cearenses também estão procurando saber sobre o projeto.
Além dos laboratórios, o Projeto Ser Ponte, que promoveu a distribuição de renda às famílias lideradas por mulheres em Fortaleza, na pandemia, também faz parte da pesquisa premiada. “Essa parceria, muito importante, também nos ajuda no processo de diálogo com comunidades e de conhecer a fundo a realidade das famílias, principalmente de mulheres que têm feito a diferença”. A pesquisa também é apoiada pelo Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca Ceará).
“Esse prêmio só foi possível devido às parcerias e articulações comunitárias que eu tenho no Ceará. O projeto, na minha visão, se tornou mais forte para receber o prêmio após o apoio dos professores, laboratórios, comunidades, pesquisadores e organizações”, afirma Sharon.
Estudos científicos e acadêmicos são uma fonte de conhecimento, inspiração e esperança na construção de pontes capazes de transformar o nosso futuro.
Fonte: O Globo/Sabrina Souza
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