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A ilustração médica que deu um “rosto” à Covid-19 Foto: Alissa Eckert, Dan Higgins/CDC
Ilustradora médica revela como foi criada a ‘fotografia’ do causador da Covid-19
Quantas vezes você viu esta imagem acima? Ela aparece atrás dos apresentadores de notícias durante o noticiário, é distribuída em folhetos impressos e passa por tuíte após tuíte. Pode até aparecer nos seus sonhos.
Mas para Alissa Eckert — uma ilustradora médica do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) que ajudou a criar o que se tornou a representação icônica do novo coronavírus — a imagem começou apenas como mais uma tarefa.
Em 21 de janeiro, um dia após o CDC, uma agência do governo americano, ativar seu centro de operações de emergência para o novo coronavírus, Eckert e seu colega Dan Higgins foram solicitados a criar “uma identidade” para o vírus. “Algo para chamar a atenção do público”, disse ela. Eckert esperava que qualquer coisa que eles criassem aparecesse apenas em alguns noticiários da TV a cabo, como aconteceu com alguns de seus desenhos no passado.
Em vez disso, à medida que a epidemia se espalhou, o alcance de suas renderizações também se multiplicou.
Ao longo dos anos, Eckert, Higgins e seus colegas adotaram uma variedade de abordagens para ilustrar vírus. Às vezes, eles o representam usando seu vetor principal — a página sobre zika do CDC, por exemplo, destaca os mosquitos. Às vezes, eles se concentram nos sintomas do vírus, como fizeram com o Ebola.
Mas, para a ilustração do coronavírus, escolheram o que os artistas médicos profissionais chamam de “pose fatal”: um close detalhado e individual do agressor.
O novo coronavírus, como todos os vírus, é repleto de proteínas que lhe conferem caráter e características. Existem as proteínas S — os aglomerados vermelhos na imagem — que permitem que ele se ligue às células humanas. As proteínas E, representadas por migalhas amarelas, o ajudam a entrar nessas células. E as proteínas M, mostradas em laranja, dão ao vírus sua forma.
Após pesquisar e consultar cientistas, Eckert e Higgins encontraram as referências no RCSB Protein Data Bank, um repositório de estruturas de proteínas. “Nós extraímos isso e o compilamos em um software de visualização “, conta Eckert, detalhando que, nele, os artistas podem mover cada peça.
Um software, o Autodesk 3ds Max, é “onde toda a mágica acontece”, diz Eckert. Nós pensamos nele como nosso estúdio de fotografia. Lá, eles organizaram as partes do vírus e testaram diferentes cores, texturas e iluminação.
A imagem levou cerca de uma semana para ser concluída — um desenvolvimento rápido, segundo Eckert.
Rápida também foi a forma como a imagem se espalhou por toda parte. Eles viram a ilustração transformada até em biscoitos e peças de tricô. Um conhecido recentemente disse a Eckert que a imagem o assombra em suas ocasionais idas ao supermercado.
A ilustradora médica ficou satisfeita em ouvir isso. “A imagem está lá fora, fazendo seu trabalho.”
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