Gente Que Brilha 2024: Histórias que inspiram na Gestão Pública
No Blog Sol, destacamos histórias que inspiram, conectam e reforçam a importância do trabalho árduo no setor de compras e licitações públicas. Em 2024, celebramos os talentos que...
Nesta 21ª edição do Gente Que Brilha, vamos acompanhar a trajetória pessoal e profissional de Claudinéia Martins, Gerente de Licitações da Roche.
Com vocês, a especialista em políticas e gestão governamental, em entrevista exclusiva para o Blog SOL.
1Quem é a Claudinéia? Conte um pouco sobre você…
Eu sou a Claudinéia, estou na Roche há quase 28 anos, sou casada e mãe de dois filhos, um casal. Tenho formação em Direito, com MBA em Gestão Governamental, especializações em Propaganda e Marketing (ESPM), Gerência de Alta Performance (INSPER) e atualmente estou cursando o penúltimo semestre em farmácia.
Quando eu entrei na Roche, estava cursando a faculdade de Publicidade, mas como eu comecei a trabalhar com governo, mudei de graduação e fui estudar Direito.
Assim que tive contato com licitações, despertei o interesse e o desejo de me aprofundar e aumentar meus conhecimentos, por isso, deixei o curso de Publicidade e iniciei o curso de Direito. Queria buscar mais conhecimento e me desenvolver tecnicamente, me especializando na área do Direito Administrativo com foco em Saúde Pública.
Durante a pandemia, surgiu a oportunidade para cursar Farmácia. Isso veio de encontro com minhas atividades profissionais e com a necessidade e interesse no aprimoramento técnico, considerando que frequentemente estou em contato com as Coordenadorias e Diretorias de Assistência Farmacêutica de diversos órgãos, como Ministério da Saúde, Secretarias Estaduais, Hospitais Federais e Municipais. Do ponto de vista técnico, acredito que o ciclo de capacitação está evoluindo bastante — graduada em Direito e futuramente em Farmácia, com pós-graduação em Saúde Pública.
2Highlights da carreira – quais foram os pontos altos de sua carreira? Que fatos relevantes e resultados alcançados você gostaria de destacar?
Os pontos altos da minha carreira estão relacionados ao meu aprimoramento pessoal. O fato de trabalhar numa multinacional farmacêutica como a Roche, e os desafios em atuar no universo das licitações e se adaptar às mudanças governamentais motivadas pelos fatores econômicos e políticos, impulsionaram o meu desenvolvimento pessoal e profissional.
As dificuldades orçamentárias do governo no acesso à saúde despertaram o meu interesse em conhecer profundamente a sistemática de atuação das aquisições pelos órgãos governamentais e os diversos cenários que se formam no decorrer do dia a dia.
Eu aponto como um dos destaques em minha carreira o respeito profissional que percebo no meu relacionamento com os gestores públicos, e me sinto reconhecida no mercado por buscar soluções rápidas para os órgãos que estão com pacientes em situação de urgência.
Hoje, os gestores reconhecem a Roche como uma referência no mercado, tanto por suas tecnologias inovadoras para a vida e saúde dos pacientes, como por seus profissionais, dentre os quais sou feliz em estar incluída. Ser um ponto de referência na empresa me enche de orgulho e gratidão, por trabalhar com pessoas que ajudam a alcançar essa condição.
3 Desafios – a vida profissional e a vida pessoal são feitas de desafios, aqueles que nos tornam melhores, mais fortes e mais capazes. Quais foram os mais marcantes da sua trajetória e que você gostaria de compartilhar conosco?
Acho que conciliar o lado profissional e o papel de mãe, dona de casa, estudos e necessidades pessoais é uma tarefa bem árdua. Nem sempre conseguimos equilibrar todos esses pontos, mas chegar em casa, estar com minha família, com a certeza de que naquele dia fiz meu melhor profissionalmente, me dá a segurança do dever cumprido. É gratificante.
Essa busca por equilíbrio me ensinou dedicação e resiliência. Isso não me deixa desistir — faz aumentar cada vez mais a resiliência de pensar que eu posso mais e entender o que posso agregar e melhorar. Tenho certeza de que não sei tudo, mas sei que a vida é a busca do novo e da diferença.
Eu me classifico como uma pessoa resiliente, objetiva e incansável. Acredito que a informação é a chave do sucesso — se não sabe, busque informações e, no final, alcançará o melhor resultado possível.
4Inspiração – o que te inspira, o que te motiva a cada dia, no exercício de suas atividades profissionais?
O que me inspira é lidar com as dificuldades em ajudar os pacientes terem um acesso mais rápido aos medicamentos num cenário econômico difícil, burocrático e com uma grande complexidade administrativa e legislativa.
Lidar com essa dificuldade me fascina. Uma hora é o orçamento da pasta, outra hora, lidamos com a dificuldade de negociar um cronograma de entrega diante das situações de Supply… Do outro lado, as necessidades dos órgãos de diversas das nossas capacidades, e, não obstante, a burocracia dos contratos e dos trâmites burocráticos alfandegários, cujos prazos liberatórios são imprevisíveis.
Saber que trabalho numa empresa onde, apesar de todas essas dificuldades, busca e consegue atingir o objetivo primordial da organização — ajudar os pacientes a terem acesso mais rápido às tecnologias que salvam ou melhoram a sua qualidade de vida.
5Projetos atuais – atualmente qual é o projeto ao qual você tem se dedicado mais? Quais são os desafios mais relevantes deste projeto para você como gestor? Acredita que ele trará mudanças estratégicas significativas para a sua área, sua equipe e para a empresa, como um todo?
Atualmente tenho dois projetos importantes, um pessoal e outro profissional. Um deles é concluir minha graduação em Farmácia, uma realização pessoal e um grande desafio profissional. É um aprimoramento que está possibilitando um diálogo mais técnico e aprofundado com os departamentos de assistência farmacêutica.
O segundo projeto tem a ver com o desenvolvimento e a capacitação dos colaboradores, o que venho me empenhando para colocar em prática. Levo para os times as experiências vividas no relacionamento com os gestores públicos — relacionamento esse beneficiado pelos conhecimentos técnicos adquiridos ao longo da minha carreira.
6Nova Lei de Licitações – Quais são as principais mudanças trazidas pela nova lei, e, na sua opinião, quais delas são as mais impactantes? Por que você considera essas mudanças tão significativas?
Acredito que existem muitas coisas boas, que precisam ser regulamentadas e implementadas, como o Diálogo Competitivo. Esta é uma modalidade que teve início na Europa e que precisa ser trabalhada. Precisamos conhecer melhor e verificar quais dessas melhorias podemos realmente implementar no plano nacional. Será que os órgãos públicos estão preparados para essa modalidade? Não há dúvidas de que é uma mudança interessante, mas ainda precisamos conhecer melhor para entender e identificar como podemos trabalhar nisso.
7Mudanças com a nova lei da licitação – Com base na sua vasta experiência em licitações e na gestão de políticas públicas, como você acredita que a nova lei de licitações impactará em processos licitatórios? Quais adaptações você considera essenciais para empresas privadas e órgãos públicos se alinharem de forma eficaz a essas mudanças?
O primeiro impacto direto (pessoas) é nas relações de compliance, pois alterações legislativas complexas têm como consequência relações complexas, alterações organizacionais, alterações de sistemas, adaptações jurídicas, treinamentos, capacitação entre inúmeras outras.
Ainda quanto ao impacto direto, tendo em vista que as alterações legislativas e as regulamentações, trazem a necessidade de treinamento e aprimoramento e, com isso, uma revisita a todo um sistema interno de licitação já existente nas empresas, está a contribuição para o melhor desenvolvimento de todas as áreas envolvidas.
Do ponto de vista indireto (processos) acredito que a modernização trazida pela nova lei obriga as empresas a busca da modernização interna, vez que torna o processo de compras mais eficiente, transparente e competitivo, fazendo com que as empresas precisem reforçar suas políticas e treinamento anticorrupção.
A nova legislação abre o mercado para a participação de novas empresas — seja as detentoras de novas tecnologias, vez que a nova lei abre leque para empresas tecnicamente qualificadas, seja as que antes tinham suas participações nos processos de dispensa (de licitação) limitados ao teto previamente estabelecido.
Tudo isso gera um impacto bastante positivo para as empresas, que agora estão estimuladas a investirem em tecnologias inovadoras e na contratação de mão de obra especializada e melhor treinada.
8Uma frase, um pensamento especial – para finalizar, compartilhe com a gente uma frase, um pensamento ou algo do gênero que faz você vibrar e tem um significado especial para você
“A única coisa que nunca muda é a necessidade de mudança!” — Autor desconhecido.
Essa frase é uma constante na área de Licitações, que, por ser estritamente regulamentada, está sujeita às interpretações dos órgãos, dos Tribunais de Contas e dos Tribunais Jurisdicionais. Essas interpretações mudam frequentemente, a cada decisão, a cada recurso, a cada mudança de gestores, fazendo com que, internamente, tenhamos que nos adaptar para acompanhar as decisões. Cito um exemplo vivido em uma das Secretarias de Estado, onde o órgão, ao contrário de outros órgãos, entende que, produtos substituídos por expiração da validade, devem ter o prazo de validade renovado a cada substituição, eternizando o prazo de validade.
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